O Festival de Cannes continua sendo um dos eventos cinematográficos mais prestigiados e glamorosos do mundo. Realizado anualmente na charmosa cidade da Riviera Francesa, o festival chega em 2025 com sua 78º edição que celebra o passado, impulsiona o presente e aponta para o futuro do cinema internacional.
Comparado ao Berlinale, o Festival de Berlim, Cannes se destaca por seu apelo às grandes estreias internacionais e à presença de estrelas do cinema mundial. Enquanto o Berlinale é mais voltado ao cinema de autor, à diversidade cultural e às temáticas sociais, Cannes é reconhecido por seu glamour, seu tapete vermelho e uma seleção mais concentrada em obras com potencial artístico elevado e apelo internacional. Em termos de tamanho, ambos são gigantescos, mas Cannes se diferencia por sua seleção mais exclusiva e seu peso histórico no mercado global.
Em 2025, o Brasil marca presença com destaque em Cannes com o aclamado: “Agente Secreto”, um thriller político que mistura elementos de suspense com crítica social, enquanto o Berlinale prestigiou “O Último Azul”, um drama sensível que aborda questões ambientais e identitárias na região amazônica. Ambos os filmes receberam elogios da crítica internacional e chamaram a atenção pela qualidade da direção, atuações e temáticas contemporâneas.
Um destaque especial a estreia do Brasil em Cannes neste ano. Ver nosso país representado com tanta beleza e significado – no ritmo do frevo, no espírito de Pernambuco, no pulso vibrante do Nordeste – foi inesquecível. Foi mais do que simbólico. Foi vivo.
Na competição oficial, a Alemanha é representada em 2025 com o filme “Sound of Falling” (“Som da queda”), dirigido por Mascha Schilinski. O longa explora relações familiares marcadas por silêncio, dor emocional e conexões interrompidas. A trama gira em torno de uma mãe e seus dois filhos, em uma narrativa contemplativa e intimista, que investiga como traumas e distanciamentos afetivos moldam a convivência cotidiana. Com uma abordagem sensível e visualmente poética, o filme mergulha na psicologia dos personagens e no peso das ausências não verbalizadas.
Dentre as diversas celebrações desta edição do festival, um dos marcos é a celebração dos 30 anos do movimento Dogma 95, criado por Lars von Trier e Thomas Vinterberg. Foi uma excelente oportunidade de trazer debates sobre o legado do movimento que revolucionou o cinema europeu com suas regras de produção minimalistas e foco radical na autenticidade dramática. O Dogma 95 inspirou gerações de cineastas a priorizar o conteúdo e a atuação sobre os efeitos e recursos técnicos, influência que ainda ecoa no cinema autoral atual.
Se Cannes é um espelho do cinema como arte global, 2025 deixa claro que Brasil e Alemanha continuam firmes nesse diálogo internacional, levando suas histórias, conflitos e visões de mundo para as telas do planeta.
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