Berlim possui diversas faces e é muito difícil de entender a complexidade da cidade passando apenas pelos pontos turísticos convencionais. Por isso resolvemos preparar roteiros alternativos para que possa conhecer a Berlim dos berlinenses.
Nesta primeira proposta estimamos um tour de aproximadamente 6-8 horas dependendo do seu ritmo, explorando principalmente a cena alternativa da cidade nos bairros de Tempelhof, Neuköln, Kreuzberg e F-Hain. Em breve traremos a versão II do tour alternativo explorando Charlottenburg, Mitte, Schönenberg e Prenzlauer Berg.
Tempelhof: O aeroporto nazista
Iniciamos o passeio por Tempelhof, que embora pareça um tour histórico, é um dos locais mais disputados pelos jovens da cidade, que utilizam o espaço para fazer atividades ao ar livre como bicicleta, skate, patins ou um belo churrasco de domingo.
O aeroporto de Tempelhof (Flughafen Berlin-Tempelhof) é um ícone na história não só de Berlim como também de toda a Europa do período pré-guerras. Situado na parte centro-sul da cidade, o aeroporto foi construído em 1927 e ficou mundialmente famoso por conta de sua monumental arquitetura, inovadora para a época.
Durante o bloqueio à Berlim ocidental, entre 1948 e 1949, o aeroporto era o ponto de pousos e decolagens para os aviões que forneceram os mantimentos à cidade, período que ficou conhecido como a Ponte Aérea de Berlim (Berliner Luftbrücke).
Neuköln: Uma viagem para outro país
Que Neukölln é um dos bairros mais descolados de Berlim, todos já sabem. Esta região reúne inúmeros atrativos e lugares únicos não encontrados em nenhum outro ponto da cidade.
Nossa primeira parada é um “roof-top-garden-bar” chamado Klunkerkranich. Existem diversos motivos para você visitar este lugar, mas o principal deles é a vista espetacular de Berlim que este bar oferece. Localizado na região sudeste da cidade, a vista panorâmica para o centro destaca a deslumbrante (e sempre onipresente) Fernsehenturm, a maior torre de televisão da Alemanha, localizada na Alexanderplatz.
Depois de desfrutar de uma cerveja ou um drink, recomendamos que siga para explorar a antiga comunidade de Rixdorf, apenas uma estação depois do Kunklerkranich. A comunidade fundada em 1737 por refugiados da Boêmia, que agora faz parte do distrito de Neukölln.
Além do museu histórico local em Kirchgasse 5, existem muitos edifícios históricos bem conservados nas ruas estreitas e becos, como o “Rixdorfer Schmiede” e “Igreja de Belém”. O Jardim Comenius de 1,2 hectare na Richardplatz 35 é dedicado aos ensinamentos da erudição universal e ao último bispo dos irmãos da Boêmia, Johann Amos Comenius.
Depois de um passeio pelo bairro histórico, você pode desfrutar da sua refeição e desfrutar de uma refeição em um ambiente tradicional. Durante o mercado de Natal Old-Rixdorf, Richardplatz brilha com o brilho de muitas luzes de querosene no segundo fim de semana do Advento. E combinando com a tradição natalina do amor fraternal, associações e organizações de caridade são apoiadas neste mercado natalino único de Berlim.
Kreuzberg: a Berlim dos filmes
Nossa próxima parada é o bairro de Kreuzberg, que também é tradicional pela influência turca e com grande predominância de jovens estrangeiros, que compõem uma das cenas mais interessantes de Berlim.
Sugerimos uma parada no Bergmannkiez, que é um dos quarteirões mais belos da cidade e famoso por ser cenário de filmes que retratam a Berlim durante o período da divisão. Neste local existem várias opções gastronômicas, excelentes cafés e bares. Um dos melhores cheesecakes da cidade também estão por lá.
De volta ao U-Bahn para darmos continuidade no passeio, passamos pelo não-convencional club Zum Klappe, que é uma das discotecas berlinenses e que funciona dentro de um antigo banheiro público da estação de Mehringdamm.
Nossa próxima parada é a estação Schlesisches Tor, na qual fazemos uma parada estratégica para ver a obra dos brasileiros “Gêmeos”, que enriquece a cena do grafite berlinense. Caminhamos por dentro do bairro e exploramos aspectos da gentrificação da cidade e acabamos na região dos clubs mais disputados no verão, como o Club der Visionäre, que fica situado num canal e é inclusive um dos cartões postais da cidade.
Passando pelos antigos galpões, encontramos a Badechiff, que é uma piscina pública localizada dentro do rio Spree. Se o tempo ajudar e não tiver muito fila, recomendamos que faça um stop para se refrescar e desfrutar de uma das cenas mais belas da cidade.
Caminhamos pelas margens do rio Spree até o Molecule Man, que é uma série de esculturas de alumínio, que formam homens gigantes, projetada pelo artista americano Jonathan Borofsky, instalada em vários locais do mundo, tais como Berlim, Council Bluffs e Iowa. As primeiras esculturas do Molecule Man foram feitas em 1977 e 1978 em Los Angeles, EUA.
F-Hain: Party in the East
Há muitos boatos de que a “Berlin cool” dos anos 90 já não existe mais. De fato, as coisas mudaram por aqui, mas se há algum lugar onde este estilo berlinense ainda é sentido na sua essência é F-Hain. F-Hain, a abreviação para o distrito de Friedrichshain, pode ser considerado como um polo cultural da cidade.
O bairro pertencia à antiga Alemanha Oriental e isso ainda é muito perceptível na sua arquitetura, que notoriamente vem sofrendo várias influências modernas em virtudes de grandes investimentos na região das margens do Spree. Toda esta gentrificação tem gerado muita polêmica no bairro e isso é também refletido na arte, como já mencionamos na nossa matéria sobre o grafite em Berlim.
Nossos pontos de destaque neste tour são a Revaler Str. e o Holzmarkt, que são locais alternativos e que mostram a verdadeira cara da cena eletrônica da cidade, sendo a última um excelente spot para terminar com uma taça de vinho.
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