Sachsenhausen é o campo de concentração mais próximo de Berlim, localizado na cidade de Oranienburg, dentro do estado de Brandemburgo. Inaugurado em 1936 durante o regime dos nazistas, o local foi palco de uma das histórias mais tristes da história recente.
No campo passaram mais de 200 mil pessoas entre 1936 e 1945, das quais estima-se que de 30 a 50 mil morreram em virtude das políticas de extermínio, embora o intuito principal deste campo não fosse inicialmente a aniquilação dos opositores e inimigos do governo nazista.
O Sachsenhausen tinha também a função de “formar” os soldados da SS (“Schutzstaffel”, a polícia de proteção nazista) de outros campos da época, de forma que diversos testes e pesquisas foram efetuados ali e posteriormente replicados nos outros lugares. A proximidade de Berlim, capital e sede do governo de Hitler, também influenciou nesta importância do campo.
No primeiro momento foram enviados para o campo de concentração os comunistas. Em um segundo período foram transferidos os perseguidos do regime nazista, tais como os judeus, homossexuais, ciganos, opositores políticos e testemunhas de Jeová.
A maioria dos mortos foram soldados soviéticos e partidários comunistas que, num episódio trágico no outono de 1941, estima-se que foram executadas entre 13 e 18 mil pessoas em poucos dias.
O campo também ficou conhecido pela atividade de falsificação, isso porque prisioneiros qualificados com conhecimento em design e técnicas de impressão eram recrutados para reproduzir papeis moeda de outros países, principalmente a libra esterlina, cujo montante falsificado chegou a 4 vezes o tamanho das reservas da própria Inglaterra. A história deste período é retratada no filme “Os Falsários”.
Muitos dos prisioneiros morreram por doenças propagadas dentro do campo, resultado de uma alimentação precária e condições de higiene desumanas. Um contraste com a propaganda nazista que neste período era muito forte e, para convencer as pessoas dos grupos predeterminados a se entregarem, eles mostravam pessoas saudáveis, trabalhando de forma harmoniosa e escondendo todo o horror que estava por trás disso.
Um número considerável de pessoas fora transferido para o campo de Auschwitz, no qual grande parte teve um final trágico. Após o término da Segunda Guerra Mundial, os soviéticos libertaram cerca de 3 mil prisioneiros restantes e em seguida transformou o campo de concentração em uma prisão para prender os próprios nazistas.
De 1961 a 1990, o campo tornou-se um memorial em respeito às vítimas e a partir de 1991 virou um museu, no qual as pessoas passaram a poder visitar.
O MUSEU DE SACHSENHAUSEN E SUA ESTRUTURA
O redesenho de Sachsenhausen Memorial deu aos visitantes a oportunidade de aprender sobre a história dos lugares dentro do ambiente autêntico. Os restos de edifícios e outros itens preservados do campo foram colocados no foco da apresentação e combinado com a documentação histórica explicativa. Onze das treze exposições permanentes mostram atualmente aspectos únicos, sendo praticamente todas as exposições em alemão ou inglês.
Casa do comandante
História do quadro de comando SS – 1936-1945
Novo Museu
Campo de Concentração de Oranienburg – 1933-1934
No dia 21 de março de 1933, tropas locais da SS apropriaram mais de uma cervejaria abandonada no meio da cidade de Oranienburg e configuraram o primeiro campo de concentração no estado da Prússia. Mais de 3 mil prisioneiros, a maioria opositores políticos do partido nacional-socialista, foram humilhados e maltratados lá; alguns deles foram mesmo assassinados. A exposição usa arte, artefatos, documentos, filmes e clipes de áudio para mostrar como táticas de intimidação pública rapidamente evoluíram para um sistema de campo de concentração organizada pelo Estado.
Da memória para o Monumento – 1950-1990
Filme, clipes de áudio, obras de arte, planos e numerosos artefatos ilustram a história do local, a partir dos primeiros atos de lembrança depois de 1945 a inauguração como Memorial Nacional da RDA em 1961, continuando até a reunificação alemã em 1989.
Entrada ao campo dos Prisioneiros “Torre A”
Organização do campo de concentração – 1936-1945
Barrack 38
Os prisioneiros judeus em Sachsenhausen 1936-1945
Barracks 38 e 39 faziam parte do “pequeno campo”. Foram nestes pavilhões que os oficiais da SS encarceravam os prisioneiros judeus de Sachsenhausen de novembro de 1938 a outubro de 1942.
Barrack 39
O ‘Cotidiano’ dos prisioneiros em Sachsenhausen 1936-1945
Em Barrack 39, a “vida cotidiana” de prisioneiros em Sachsenhausen é apresentada tematicamente em um ambiente multimídia. Vinte prisioneiros diferentes, cada um relatando suas experiências pessoais sob os títulos: “Roads to Sachsenhausen”, ”Sociedade na Prisão”, ”Trabalho”, “tempo e espaço”, “Violência, agonia e morte” e “Vivendo com a memória”.
Prisão
A prisão dentro do Campo de Concentração 1936-1945
Local onde foram colocados os detentos em 1936, este bloco de três de células que foi utilizado como prisão pela Gestapo e as autoridades do campo. Era um lugar velado em segredo, um lugar de tormento e assassinatos.
Cozinha dos prisioneiros
Sachsenhausen 1936-1945: Eventos e Desenvolvimentos
Localizado no pavilhão que uma vez foi a cozinha dos prisioneiros, a exposição centra-se em eventos-chave na história de Sachsenhausen, ilustrando mudanças e continuidades. Nas paredes do porão em que as batatas eram descascadas, notáveis pinturas das eras do campo de concentração.
Acampamento Muralha perto “Estação Z”
Assassinatos em massa no campo de concentração 1936-1945
Exposições com a história do local, assim como várias instalações do campo de concentração para exterminar pessoas.
Área de Execução
Local onde milhares de soviéticos e comunistas foram executados no outono de 1941.
Torre E
A cidade e o campo – 1936-1945
No extremo norte do triângulo acampamento é Torre E. Ele abriga uma pequena exposição sobre vários aspectos da relação entre Sachsenhausen e a área circundante: a cidade de Oranienburg e freguesia de Sachsenhausen.
Museu Soviético
Entre 1945 e 1950, os serviços secretos soviéticos aprisionaram um total de 60 mil pessoas na área central do antigo campo de concentração. Pelo menos 12 mil prisioneiros morreram de fome e doenças.
Enfermaria
Assistência médica e Crime no campo de concentração 1936-1945
O quartel original R I e R II funcionavam como enfermaria do campo de concentração. A exposição “Cuidados Médicos e Crime” examina vários aspectos do assunto, de assistência médica a experiências médicas em prisioneiros e o assassinato de pacientes. Uma seção é dedicada aos homens e mulheres que, após a tentativa de matar Hitler em 20 de julho de 1944, foram trazidos para Sachsenhausen. O papel desempenhado pelo Sachsenhausen como uma vitrine para impressionar visitar grupos de dentro da Alemanha e no exterior, portanto, é realçado.
Edifício T
Sistema do Terror: as inspeções do campo de concentração
Apenas algumas centenas de metros de distância do local do memorial de hoje encontra-se o edifício que, entre 1938 e 1945 abrigava a sede administrativa do sistema do campo inteiro.
Memorial de Sachsenhausen
O obelisco de aproximadamente 40 metros de altura localiza-se no centro do campo de concentração e foi erguido em 1961. Ao topo da estrutura existem 18 triângulos vermelhos que representam os 18 países de onde os prisioneiros vieram.
Para quem tem interesse em conhecer o campo de concentração de Sachsenhausen é possível agendar visitas particulares com guias em português credenciados e capacitados para trazer o melhor conteúdo para seu passeio. Para mais informações, entre em contato conosco!
5 Comments
O saber é sempre importante, mas… saber a verdade sempre impressiona. A história da humanidade é coberta de sangue e muitas dores inefáveis… inimagináveis…só os que passaram poderiam contar a verdade verdadeira.
Tudo o que sabemos é contado por quem venceu a guerra, só por um lado. Muita coisa aí não acredito.
E se nós dissermos que tudo o que está lá na verdade está sendo exposto e contado pelos próprios alemães, que foram os que perderam a Guerra? Desculpe-nos, mas não há espaço para dúvidas sobre o que acontecia nos campos de concentração.
Muito triste você desacreditar de toda barbárie, com certeza você não tem ninguém de sua família e amigos que viveram, sofreram e morreram neste tempo tão vil e cruel
…
Se tem alguém que deveria esconder o que aconteceu no holocausto seriam os próprios alemães, mas ao contrário e dando um exemplo para o mundo, admitem o erro, não escondem e mostram a todos que não se pode repetir.