Quando Edvard Munch chegou a Berlim em 1892, ele trouxe consigo uma abordagem artística que desafiava convenções e provocava controvérsias. Convidado pela Verein Berliner Künstler (Associação dos Artistas de Berlim) para expor seu trabalho, ele inaugurou sua exposição com uma série de pinturas ousadas, incluindo prévias do estilo que culminaria em sua obra-prima, “O Grito”. No entanto, a recepção foi tumultuada.
A exibição foi considerada tão chocante e revolucionária para os padrões da época que foi encerrada apenas uma semana após sua abertura, em um evento conhecido como o “Escândalo Munch”. A reação, longe de desanimar o pintor, consolidou sua reputação como um visionário incompreendido e catapultou sua carreira na cena artística europeia.
Durante seu tempo em Berlim, Munch se envolveu com o círculo intelectual e boêmio da cidade, conectando-se com artistas, escritores e filósofos que compartilhavam seu interesse por temas de angústia, existencialismo e psicologia. Este período foi crucial para o desenvolvimento do seu estilo expressionista, caracterizado por linhas dramáticas, cores intensas e um foco nas emoções humanas mais profundas.
Em Berlim, Munch também iniciou seu famoso “Friso da Vida”, uma série de obras que exploravam temas universais como amor, morte, ansiedade e solidão. Essas pinturas estabeleceram Munch como um precursor do expressionismo e influenciaram gerações de artistas modernos.
A breve, mas marcante, passagem de Munch por Berlim transformou a cidade em um ponto de inflexão na sua trajetória. Ele não apenas desafiou as normas artísticas da época, mas também expandiu os limites do que a arte poderia expressar, deixando um legado que ressoa até hoje.
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