Listamos alguns fatos e curiosidades sobre o campo de concentração de Sachsenhausen mostrando em perspectivas de tempo, personagem e política, que revelam uma faceta ainda mais sombria sobre o holocausto ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial.
Hierarquia entre os prisioneiros
Os prisioneiros dos campos de concentração tinham símbolos diferenciados para que fossem identificados mais facilmente. Os judeus tinham a estrela amarela, os homossexuais o triângulo rosa, e assim por diante.
Dentro do campo existia uma certa hierarquia, que era obviamente influenciada pela SS, na qual os prisioneiros alemães estavam no topo da pirâmide, em seguida os escandinavos, ingleses, e etc. Na base estavam os povos com a pele mais escura e mais embaixo ainda estavam os judeus. Os homossexuais sofriam preconceito de todos os grupos e também tinham o mesmo patamar dos judeus.
“A melhor fase da minha vida”
Os membros da SS geralmente eram alemães de classe média, que não tinham ensino superior, e que através dos cargos obtidos na SS ganhavam de certa forma status social e ainda se viam livres de estar no front da guerra.
Dentro da SS existia uma hierarquia, na qual os membros tinham possibilidade de crescer na carreira dependendo do desempenho alcançado. Há um relato de uma esposa de um soldado da SS, que disse que o período da guerra foi a melhor fase da sua vida.
A frase da esposa remete ao estilo de vida que eles tinham, pois num momento em que o país estava em guerra, os oficiais da SS tinham residências confortáveis, com jardins de flores durante o verão, concertos exclusivos para os membros, e por aí em diante. Uma sociedade criada e financiada para executar o extermínio das raças consideradas impuras.
Falsificações
O campo de Sachsenhausen também ficou conhecido pela atividade de falsificação, isso porque prisioneiros qualificados com conhecimento em design e técnicas de impressão eram recrutados para reproduzir papéis moeda de outros países, principalmente a libra esterlina, cujo montante falsificado chegou a 4 vezes o tamanho das reservas da própria Inglaterra. A história deste período é retratada no filme “Os Falsários”.
Crianças antinazistas
Hoje em dia não é recomendado que crianças com menos de 14 anos visitem o campo de concentração, mas isso não era o que acontecia na Alemanha Oriental durante o governo da DDR. Crianças, à partir dos 7 anos, tinham o dever de visitar o campo de concentração sempre em maio para declamar frases contra o regime nazista.
Não estamos falando do período logo o pós-guerra e sim de algo muito mais tardio: meados dos anos 80.
A medida fatal
Em Sachsenhausen foi criada uma forma de enganar os prisioneiros e assassiná-los sem que o pensasse. Em uma estrutura de madeira, eles fingiam que iriam medir os presos e por trás atiravam em suas nucas. Um tiro fatal e inesperado que tirou a vida de muitos inocentes.
Câmara de Gás
Em Sachsenhausen houve diversas mortes nas câmaras de gás, mas não em grande escala como acontecia em Auchwitz. O que está por trás disso é que a câmara de gás deste campo ficava numa zona restrita da SS, ou seja, os prisioneiros não tinham acesso e, assim, quem tinha a responsabilidade de retirar os corpos após os assassinatos era da própria SS, “trabalho” o qual não queriam ter.
Provas e sem provas
Ao final da guerra a maioria dos documentos foi destruída e os dados dos prisioneiros que passaram por lá em 1943 praticamente desapareceu da história. Os soldados destruíram tudo que conseguiram e posteriormente a maioria dos documentos encontrados foi levado para Moscou e até hoje não foram devolvidos.
Arquiteturalmente pensados
O campo de concentração de Sachsenhausen foi projetado por um arquiteto e sua vista área durante o período da guerra mostrava a simbologia do terror. O campo tinha formato triangular, que limitava o espaço dos prisioneiros e deixavam sem expostos para a entrada principal onde eles tinham que se apresentar diariamente para a SS. Outra curiosidade é que as mulheres ficavam nos alojamentos no topo do triângulo.
Vale ressaltar que os campos de concentração foram instalados antes da guerra. O de Sachsenhausen recebeu seus primeiros prisioneiros já em 1938.
Os moradores de Oranienburg
Os moradores de Oranienburg, cidade onde funcionava o campo de concentração, colaboravam com os agentes da SS ao devolver os fugitivos do campo. Para a sociedade alemã da época, eles estavam reclusos, pois pertenciam a grupos considerados de risco e para a maioria da população, os prisioneiros deveriam continuar na prisão. As pessoas sabiam o que acontecia, de forma geral, o que acontecia dentro do campo, porém havia um consenso sobre a “limpeza” das raças que fazia parte da cartilha do terceiro Reich.
Muitas vezes, os moradores traziam os prisioneiros fugitivos de volta não pelo fato de esperar uma recompensa financeira, mas para quem sabe ganhar um convite para um concerto na casa de algum general e, de certa forma, fazer parte dessa sociedade construída a partir do poder e do abuso sobre os demais humanos.
Os últimos prisioneiros
Os últimos prisioneiros de Sachsenhausen não foram abandonados no campo, como a maioria das pessoas pensa. Foi feito algo pior. Os soldados da SS os levaram para uma floresta ao norte de Brandemburgo e os abandonaram num estado péssimo longe da civilização e sem comida ou água.
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Esta é uma das histórias mais tristes da história da humanidade. Nós somos responsáveis de lembra-los das atrocidades que aconteceram para que ninguém se esqueça o que essas pessoas sofreram e para que isso nunca se repita. Nunca mais.
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Uma história triste mas que deve ser conhecida para não se repetir