Convidamos a Iana para nos contar sobre suas primeiras percepções sobre a capital alemã. Ela, que chegou em Berlim há pouco mais de uma semana, já conseguiu sentir muitas diferenças com sua cidade de origem. Confira este bate-papo interessante da nossa querida Iana que largou o Guarujá, em São Paulo, para vir morar nas terras frias da Alemanha!
CLIMA
Obviamente que o primeiro tópico seria a adaptação com o clima. Saindo de uma cidade litorânea do Brasil e chegando em Berlim, enquanto as temperaturas oscilam entre os -1° e 5°, não é um desafio fácil para ninguém.
Como bons amigos, alertamos que as coisas irão piorar. É engraçado, mas parece ser uma tradição aqui na Alemanha, isso porque muitas pessoas alertam constantemente, desde o verão, que as temperaturas vão baixar! E às vezes demoram semanas para que realmente esfrie!
Entretanto, a Iana já estava preparada para isto. Ela enfatizou que está mais fácil do que ela esperava, por dois fatores importantes: as roupas aqui são confeccionadas para aguentar as baixas temperaturas e os ambientes tem aquecimento próprio. Isto é, o frio só é sentido quando se está nas ruas, mas com um bom casaco, par de luvas e gorro, dá para suportar.
OS BERLINENSES
Perguntamos também sobre sua percepção sobre os berlinenses. Ela disse que foi uma surpresa, pois esperava que as pessoas fossem de modo geral rudes, algo muito diferente do que ela tem visto. Para ela, que não fala alemão ainda, foi bastante agradável ver que, na maioria dos lugares, as pessoas não se importam em falar inglês com ela.
Um fato que lhe chamou a atenção ocorreu na loja da C&A no momento de pagar as comprar, após ela desejar um excelente dia para a atendente. Isso porque a moça da loja ficou surpresa com o gesto da Iana, o que a deixou com um sorriso no rosto ao ter recebido este ato de gentileza. Talvez ela não esteja acostumada com gestos de carinho de seus clientes.
Porém, nem tudo foram flores. Ocorreu um caso em específico dentro do supermercado, enquanto ela fazia compras com seu marido no final do dia. O mercado não estava muito cheio e os funcionários já se preparavam para fechar a loja. A Iana estava fascinada com a variedade de frios na vitrine e não notou que um carrinho de limpeza estava passando pelo corredor, o que incorreu dela levar uma bronca do alemão que o conduzia. Ela não entendeu nada, porém pediu desculpa e saiu da frente, dando espaço para o moço terminar o trabalho dele.
Num outro momento em que ela se separou do marido para comprar molhos de tomate, viu-se sozinha no corredor com o moço do carrinho de limpeza novamente, que acelerou em sua direção. “Foi como um filme de terror”. Ela, assustada, saiu correndo em busca do marido. Provavelmente o moço não faria nada, mas para ela foi um susto e tanto! Disse que não pretende ir mais no mercado neste horário de fechamento.
VESTIMENTA
Segundo Iana, cinza é sua nova cor preferida, pois quando ela sai para comprar roupas em Berlim só existem as opções: preto, cinza claro, cinza escuro, cinza meio verde, cinza com manchinhas pretas, preto com cinza listrado, etc. Às vezes, você até acha um rosa meio queimado puxado para o cinza se tiver sorte.
Ela nos contou que enquanto estava se arrumando para ir ao cinema com um casal de amigos, vestiu uma camisa estampada, olhou para o espelho e se indagou: “Estou parecendo uma turista!” Colocou um pulôver preto e deixou apenas a gola para fora, sentindo-se assim mais à vontade e integrada à cidade.
COMIDA
Ela ainda não teve muito tempo de provar muitas comidas locais, mas disse se alegrar com a oferta de sorvetes e chocolates que existem aqui, não só pelos sabores e marcas, mas também pelos preços.
Para ela, os congelados aqui na Alemanha são melhores do que os que ela comprava em sua cidade, sendo possível fazer uma refeição adequada com estes itens.
Em um passeio pela Alexanderplatz ela já teve a oportunidade de provar as linguiças vendidas pelos ambulantes que carregam as grelhas acopladas em suas cinturas. Ela gostou, porém ficou surpreendida com a mostarda picante.
TRANSPORTE
O transporte é muito bom em Berlim e o que mais lhe agradou foi a pontualidade. Os painéis informam quanto tempo o próximo trem levará para chegar e dos aplicativos de celular integrados.
Algo curioso para ela foi a ausência de catracas nas estações de trem, metrô e dentro dos ônibus. Ela diz que admira esta confiança que o governo tem na população, ao não criar controles convencionais. Mesmo quando os fiscais passam, são pouquíssimos os casos de pessoas que não tem o bilhete.
Outra coisa que ela se surpreendeu foi a ausência de filas para adquirir o passe, além dos metrôs serem muito mais vazios do que os que ela costumava pegar no terminal Jabaquara, em São Paulo.
LUGAR FAVORITO
Perguntamos qual era o lugar favorito dela na cidade até agora. A resposta foi a “Alexanderplatz”, por ser um local em que muitas coisas acontecem, com várias lojas, pessoas e de fácil acesso.
Ela disse também que se emocionou ao ver a Fernsehturm pela primeira vez. Para ela, que se programou tanto para esta mudança, foi neste momento em que caiu a ficha que ela estava em Berlim. É sem dúvidas, um dos pontos mais importantes da cidade.
CURIOSIDADES
Perguntamos para ela também quais coisas ela achou mais curiosas. Segundo ela, a ausência de rodos nas lojas de limpeza foi uma surpresa; o fato de não ter lixo no banheiro e despejar o papel na privada é estranho; a sensação de começar a escurecer às 16:30 não é das mais confortáveis; e que ela achou Berlim muito silenciosa.
SITUAÇÃO ENGRAÇADA
Para terminar nosso bate-papo, perguntamos para ela se já aconteceu alguma história engraçada nesta primeira semana em Berlim. A resposta foi que sim, enquanto ela e seu marido faziam compras na famosa loja da IKEA.
Eles passearam pela loja, escolheram alguns itens que gostaram e passaram no caixa para pagar. Até aí tudo certo, mas depois resolveram almoçar na loja mesmo, pois era mais conveniente para eles. Para acessar o restaurante eles precisavam entrar novamente na parte de compras e assim fizeram junto com suas sacolas.
Almoçaram e, então, começaram a procurar a saída, porém não existia saída que não fosse o caixa. Perguntaram para um funcionário se existia alguma outra saída e o homem indicou uma porta no final do corredor. Eles seguiram até lá, entraram na pela porta e perceberam que se tratava de uma saída de emergência.
Até aí, não tinha problema algum. Eles desceram alguns andares de escada até que perceberam que não era possível abrir a saída do lado de dentro do prédio. A sorte foi que um senhor estava entrando naquele momento e abriu a porta pelo lado de fora. Os dois correram para aproveitar a brecha, até que o segurança da loja veio atrás deles perguntando o que estavam fazendo ali.
Eles explicaram a situação, disseram que se perderam e que não acharam outra saída. O segurança deu risada e disse que da próxima vez eles podem sair pelo caixa e que existe também um guarda-volumes, onde podem deixar as sacolas para irem ao restaurante.
Foi uma situação um pouco constrangedora no momento, mas que com certeza vai ser lembrada com muita graça no futuro do casal.
E esta foi a aventura de Iana na sua primeira semana de Berlim! Quer compartilhar conosco sua história? Envie um e-mail para contact@goesasyberlin.de , ficaremos muito felizes em ouvir seu depoimento.
Agradecemos a Iana por ter dividido conosco sua história e desejamos muito sucesso para ela e seu marido aqui na cidade de Berlim!